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quinta-feira, 28 de maio de 2015

Me perdoe por ser clichê

Quem foi que disse que se teria tempo pra tudo? Quem foi que disse que se teria vontade pra levantar cedo, mesmo trabalhando no que se gosta? Quem foi que disse que aquela pessoa corresponderia as tuas expectativas? Aposto que ninguém te disse.
Assim como ninguém te disse que seria exatamente o contrário, bem como está sendo. Ninguém me disse também, eu descobri sozinha. E adivinha? Tenho sobrevivido.
Por muitas vezes sem tempo até pra lavar o cabelo, repetindo diariamente a mesma sequência de ações como ligar o computador - abrir o email - checar o alcance da página do facebook. Com banhos diários de dez minutos, noites em casa sem aula mas estudando, pouquíssimas horas de sono por noite, olheiras sem fim, vontade de jogar tudo pro alto, (falta de) vontade para fazer festa. Muitos livros de uma tão amada literatura fantástica trocados pelos polígrafos de filosofia e sociologia, unidos a incansável busca de uma fonte ambiental que nunca responde emails. Assim tem sido, e assim continuará. Espero mudar do trabalho metódico para algo mais ativo, espero ler mais literatura fantástica, mas também espero seguir estudando a noite com o mesmo empenho.
Almejamos muito aos vinte e um. Eu talvez almeje menos, talvez por já ter desejado demais entre os dezessete e os vinte (algo que serviu pra ver onde está permitido pisar).
Se me perguntarem hoje qual o segredo para não mais desejar utopias, acredito poder afirmar que só o tempo e as noites em claro mostram o foco exato. Muito provavelmente ninguém tem o mesmo foco da estudante de jornalismo que vos escreve, mas acredita-se que a receita seja a mesma: cair sete vezes, levantar oito.
E sobre textos encerrados com clichês, eu digo: foquei tanto nas não-utopias que esqueci da melhor das utopias reais que criei: a escrita como forma de eternizar e gravar em algum canto o que enche a cabeça e o coração por tanto tempo que sempre me leva de volta a uma página em branco.

terça-feira, 13 de maio de 2014

O amor da minha vida

Sortudo é quem sabe sabe onde está o amor da sua vida. Chamo de sorte por 'saber', pois nem sempre somos capazes de estar junto do amor da nossa vida.
O simples fato de pensar que existe alguém no mundo feito pra você, por mais desacreditados que estejamos do amor, muda tudo. Nem sempre vamos estar perto, nem ligados. Nem sempre vamos conseguir demonstrar o que sentimos, colocar em palavras. Podemos ser rejeitados, magoados, mas a certeza sempre vai estar lá: ele é o amor da minha vida.
A vida é uma só, assim como o seu amor por toda ela. Você pode descobri-lo aos vinte, ou saber quem é o seu desde pequeno. Não tem importância quando ou como for, mas quando essa certeza aparece, ela fica.
É como se pudéssemos esperar a vida toda pelo momento em que enfim, teremos o amor da vida ao nosso lado.
Que o mundo julgue piegas ou clichê, não importa. De tantas coisas que me orgulho nessa vida, a mais bonita delas é saber quem é o amor da MINHA vida.
Não estamos juntos, nunca revelamos o que sentimos (talvez eu tenha deixado escapar) mas em tudo isso há uma exatidão: eu amo, e não me canso de esperar a resposta. Amo do meu jeito errado, amo com ciúmes e carências, amo de longe e perto, amo nas músicas, amo e todos sabem quem eu amo. Amo sim, eu, na primeira pessoa. Amo o amor da minha vida, aquele que sei, sem titubear, que foi feito pra mim.



quarta-feira, 9 de abril de 2014

Não chorar



Era uma vez uma menina, em um reino tão tão distante, que cometeu um erro. Ela se permitiu sofrer demais por amor.
Essa menina foi magoada, machucada de verdade, ela quase não aguentou tanta dor e chorou, chorou demais, chorou por um ano, sem parar. Acreditem, isso não é mentira.
No reino onde a menina vivia, havia um estoque de lágrimas por habitante, e como ela passou um ano chorando sem parar, esgotou seu estoque. A menina, então, nao tinha mais uma lágrima para derramar por amor, e ainda assim, arriscou-se a tentar amar novamente.
O resultado já imagina-se: ela foi magoada diversas vezes, e nunca conseguiu chorar novamente por essas mágoas. 

Calma, agora vem a melhor parte do conto.

A menina desse reino tão tão distante, descobriu aí a sua maior vitória. De tanto sofrer pelo seu primeiro amor, ela nunca mais pôde sofrer por outros amores. Isso a fez forte, ela nunca mais derramou uma lágrima sequer por alguém novamente.
Sofreu sim, entristeceu-se, trancou-se em seu quarto por dias, ficou sem comer, mas nunca derramou lágrima alguma por amor.

Que a história da menina sirva de lição. Que a gente pense mais em quem merece nossas lágrimas.
É bem provável que aquele amor que esgotou as lágrimas da menina não as tenha merecido, e esse é o exemplo que deve ficar: Não deixar-se levar, e não chorar, pois as águas mornas de suas lágrimas não servirão nem pra fazer chá.



segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Essa tal dor de amor



Linhas vazias. Assim como eu.
Hoje só vivo das incertezas, das palavras não ditas, das vontades sufocadas, das noites em claro tentando entender e da vontade de gritar quando tudo o que tenho são interrogações e nada mais.
Tá doendo, viu? Tá dando trabalho. Não sou de ficar lamentando, miando nem reclamando de dor de amor (pois nunca havia realmente identificado essa tal) mas confesso que venho sendo uma sobrevivente.
A inspiração pra escrever não vem mais, assim como o foco pras tarefas diárias. Quando escrevo mentalmente algumas palavras, imagino alguém se cortando ao ler, tendo em vista que eu faria isso se me lesse no atual estado em que me encontro.
Forte né? Assim como o que você me causa. Assim como o que me causou a vida toda mas só agora fui forte o suficiente pra assumir. 
Agora falta você voltar a admitir o que ambos sabemos: é real. Existe, ainda está aqui, nunca nos deixou e nem vai, porém tem tanto medo quanto nós dois. Vive presente no nosso dia a dia, vai jantar com a gente, aparece quando sorrimos um pro outro, mesmo que em seguida estejamos argumentando sobre coisas estupidamente ridículas e desnecessárias.
Falta ele tomar coragem e gritar um pouquinho mais alto, pois acho que ainda tá faltando coragem pra escutá-lo: nosso amor.